Amarrados Sonhos
Tânia Ailene
Submergiu a veia dos sentidos,
onde se perdem artérias no pulsar do querer,
esquivaram os sentimentos cultivados,
entrosamento e identidade.
Não tolerar a falta de integridade,
reconhecer no outro valores,
consentir que julguem o certo,
aspiro eu saber da minha cumplicidade.
Não o que crêem...
A vida me fez adulta antes do tempo,
independente e senhora de mim.
Não pretendo e não vou ter meu caminhar,
determinado por quem já viveu seu destino,
sem intervenção, suposição e sensatez...
Não quero ver meus sonhos vinculados,
minha história jugulada,
meus desejos fraquejados,
aos de outrem....
Não existindo entrosamento, cumplicidade, respeito,
melhor parar por aqui...
Ainda que seja dor,
será para vingar diante do espelho da vida,
com maturidade e sabedoria,
essa invasão não quero... Não!
Ser violada pelo desconhecido,
reputando sabedor dos meus anseios,
definindo regras de comportamento,
como viver minha vida...
Cresci, sou mulher sei o que quero,
desato as amarras dessa história.
Afinal não pressagiei viver algo que não me faça feliz!
7/04/2010
Tânia Ailene
Rio de Janeiro
Publicado no Recanto das Letras
Código do texto:2183228