Simplesmente... Me
descobri...
Tânia Ailene
Chega um momento que
a gente cansa
Esgota todas as
possibilidades de idas e vindas
Mergulha no mar sem
saber nadar
Faz o crediário da
vida, sem nem procurar saber o juros.
Parcela os choros... vai
tentando levar...
Damos volta no
infinito tentando nos encontrar
Pois é... Mulher é
assim... Eu sou assim...
Daí é chegado o dia
que cansamos de apanhar
Da vida e tudo mais
que esteja no caminho atrapalhando...
Viramos a mesa,
chutamos o balde.
Deixamos de dar mole
pro azar...
Cansamos de reclamar,
de pedir, de implorar.
Nesse dia até os
deuses agradecem o maravilhoso despertar...
Passamos noites em
prantos
Tentando achar uma
maneira de nos consolar
Somos intensas,
amamos demais,
Doamos-nos demais,
Cuidamos demais
Acabamos sendo devedoras
demais...
O tempo vai passando
O sentimento
encolhendo, sem ajuste.
Enquanto um dá o
outro nem faz questão de receber
Isso mais parece
caridade...
Longe de mim...
O centro espírita é
logo ali...
Sabe, procuro
entender, aceitar, até justifico falhas.
Como se fosse eu a
cometê-las
Mas de verdade, é
chegada hora de me levantar...
Mulher não é só peito
e bunda
Ah se fosse, tínhamos
tantos problemas resolvidos.
Mulher quer carinho,
quer afeto, quer ser única.
Mesmo que os anos
passem... E eles voam...
O coração acelera, o
corpo treme, a alma se encanta.
Tenho todo direito de
querer ser simplesmente mulher
Com todas as obrigações
e nossas frustrações
Ainda assim quero ser
uma dama,
Poder ser menina e
pedir colo
Fazer meu drama
mensal...
Mais ainda quero ser feliz...
Afinal de sexo frágil
Não me restou mais
nada...
Agüento o tranco de
sofrer calada
Chorar no chuveiro
Sentir minhas dores,
estar emocionada.
Sorrio com o coração
sangrando
Ainda quero ser
conquistada!!!
Sou mulher com variações
de humor
Não vou mais me
calar, nem por amor!
Tânia Ailene
8 de novembro de 2015
Rio de Janeiro